
Sobre
Um projeto de jardim
escultórico para a Unicamp
A mirada para a inovação e a atualização de seus espaços, ladeada pelo reconhecimento das coleções de obras de arte de que já detém a Unicamp, são os indicativos considerados para a implantação do Jardim de Esculturas e Convivência como um organismo que o Instituto de Artes formaliza nas áreas abertas da quadra que ocupa no campus Zeferino Vaz como espaço de experimentação, fruição e colecionismo desdobrados na pesquisa em curso por seu corpo acadêmico. Desse modo, entende-se que a proposta atende às especificidades maiores propostas pelo trabalho cotidiano da Universidade, tanto quanto produz elementos de envolvimento público pela interação de diferentes públicos.
A partir de modelo atualizado do formato mais tradicional dos jardins de escultura, o projeto instalado no Instituto de Artes estabelece sua formação projetada de modo crescente, ao longo do tempo, por meio do colecionismo de trabalhos artísticos que, para além do caráter permanente mais usual, vislumbram fomentar a experimentação de novas formas artísticas contemporâneas pautadas pela ativação, participação e duração no tempo e no espaço temporárias, efêmeras ou pontuais, que incluem o amplo arco de expressões artísticas estudadas e praticadas pelos departamentos do Instituto de Artes. Posiciona-se assim a partir de vetor conceitual que nasce no elemento escultórico sem se restringir à ele, visando alcançar o performativo que alinha muitas formas contemporâneas de produção artística.
No Brasil existem vários jardins de esculturas que funcionam desta maneira. Usualmente são vinculados a instituições culturais voltadas para a Arte Contemporânea ou Moderna que exibem e salvaguardam como sua coleção, tais como o Jardim de Esculturas do MAM SP e o Jardim de Esculturas da Praça da Luz, também situado na cidade de São Paulo.
Na Unicamp, este projeto é antecedido pela coleção escultórica formada a partir do projeto “Arte no Campus” criado em 1985, na gestão do prof. Aristodemo Pinotti, a partir do trabalho dos professores-artistas do Departamento de Artes Plásticas. Projeto que ainda é possível de ser conhecido em diferentes localidades do campus. “Arte no Campus” foi o primeiro conjunto de arte instaurado na paisagem do campus Zeferino Vaz que deixa importante legado cultural, tanto quanto impulsiona os desdobramentos para projetos voltados ao vetor artístico como elemento pertinente para integrar o fluxo das pessoas dentro do campus.
Em meados de 2017, com a oportunidade da doação da peça “Castelo de Pássaros” da artista japonesa Akiko Fujita ao Instituto de Artes, dá-se início à formalização da proposta de criação do Jardim de Esculturas. O projeto foi encaminhado pela profa. Sylvia Furegatti e aprovado pelo Conselho do Departamento de Artes Plásticas, em agosto de 2017, por meio da instituição de uma subcomissão destinada a coordenar os trabalhos de implantação da proposta do Jardim. Esta subcomissão foi formada pelos professores Sylvia Furegatti, Claudio Lima Ferreira e o engenheiro Wilmar Passarela. Após um período de preparação da peça, documentação da doação e adequação da área no terreno, é aprovada pela Congregação do IA, em 23/05/2019 a instalação da escultura. Com isso, “Castelo de Pássaros” repete o rito de fundação do qual a professora-artista Akiko Fujita já participara, em meados da década de 1980, quando integra o corpo docente da fundação do Departamento e do Curso de Artes Plásticas.
Contando com o apoio da Pró-reitoria de Extensão e Cultura - PROEC para a construção da base e a montagem do trabalho de Fujita, a peça é instalada na área aberta dos jardins do IA e inaugurada em 17 de outubro de 2019, combinada à realização de um Seminário especialmente organizado para acompanhar esta inauguração, no qual a escultura contemporânea e suas relações com a cidade atual foram o cento da discussão.
